Como estão as escolas de música em meio a Pandemia?

Como se referir a música brasileira sem usar MPB? - Resposta Rápida
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Como estão as escolas de música em meio a Pandemia?

Evidentemente países estavam despreparados para a Pandemia, o que dirá escolas. A tecnologia, mesmo tão avançada, tem sido quase inútil ao que poderia possibilitar. Tocar junto, por exemplo, é missão impossível com o tipo de conexão de internet que temos no Brasil (quiçá no mundo, exceto EUA).

Como as escolas de música estariam preparadas em meio ao distanciamento social?

As escolas de música são tocadas por empresários modestos – músicos em especial, e se estamos assistindo no Brasil fechamento em massa das pequenas empresas em meio a pandemia, não é diferente para as escolas de música.

Em 2020 e quase por todo 2021 não houve segurança para realizar uma aula presencial.

Uma instituição, mesmo que pequena, de ensino para se manter em meio a tudo precisa se renovar. A ideia de renovação motivou essa publicação como sugestão a quem leva a educação musical a sério.

Hoje, vacinados, parece mais possível realizar atividades presenciais. Mas e os alunos querem voltar?

1| As atividades letivas presenciais, onde as escolas de música consolidaram seus trabalhos, vão existir ainda?

Precisamos agora de opções atrativas para manutenção em ambiente digital – via transmissão ao vivo ou curso gravado, para reativar com parcimônia as atividades presenciais. Capacitação. E não vejo as instituições investirem nisso.

Ou serem atrativas para trazer os alunos de volta a sala de aula de ambiente presencial.

Em ambiente digital uma mesma aula precisa ser preparada por outro ponto de observação, uma outra maneira para apresentar e dialogar com o estudante seu desenvolvimento – propondo especificidades ao modelo a distância.

Não estávamos preparados no início da pandemia para atender de maneira online, é verdade, mas precisamos nos preparar porque o distanciamento social deve perdurar, e o ensino a distância hoje já é opção irreversível para alguns alunos.

Já estamos em cinco meses de aulas presenciais, e nada indica uma normalização nos próximos meses para uma retomada dos alunos em modelo presencial. Em 2020 98% dos alunos do Souza Lima frequentavam nossos espaços letivos, e os parcos 2% representavam alunos que preferiam ser atendidos em casa.

Hoje, março de 2022, mais da metade dos alunos preferiu permanecer no ensino a distância por terem percebido vantagens e rompido a barreira do preconceito com a modalidade de ensino. Infelizmente os professores ignoram a necessidade de se capacitar para esse novo ciclo.

2| Renovação de quadros e conteúdos complementares é ação obrigatória.

Sair fazendo vídeos e mais vídeos, transmissões ao vivo no youtube, as chamadas LIVES, é uma ação inútil.

A internet está superlotada de conteúdo, e a não ser que você possa ter relevância com algo de ineditismo evidente, é inviável concorrer com quem está estabilizado aos canais de youtube há anos. E até artistas! Vide que Carlinhos Brown e Maria Gadú lançaram seus cursos online. Marcelo D2 também, curso de composição!

Nenhum deles ao que parece se preparou para o ensino, menos ainda para modalidade a distância.

As escolas de música vão mal, mas isso pode piorar ainda mais com a persistência do estado de isolamento, com os milhares de cursos online! Fato que o espaço físico parece precisar ser repensado tanto quanto o espaço de ensino digital.

Espaço para reflexão

Em algum momento um ou dois anos atrás, um Youtuber foi organizar um evento presencial aqui conosco no Souza Lima. Ele gostou de afirmar desde o primeiro encontro que possuía milhares de assinantes, e destacava uma desvantagem em uma parceria conosco.

Esse youtuber passou dois meses divulgando o evento presencial em suas redes com os tais milhares de assinantes, e chegado no dia, nenhum de seus assinantes foi prestigiar o evento, quem assistiu foram alunos da escola, que pagaram para tal. Prejudicado fomos nós.

Ter assinantes não quer dizer ter público presencial, e de cara, gastar energia em lives não quer dizer que teremos mais alunos em nossas escolas.

Não adianta querer entrar no Youtube em uma curva de rio, apenas para se sentir em movimento. É preciso pensar o que fazer com estratégia.

E nenhum momento Youtube previu ser aula. É apenas uma ação complementar.

Pense uma escola como um projeto de inovação. E que essa inovação veio obrigar a pensar o seu status como empreendedor. O seu status como educador.

Quem mostra muito a cara, e de boca aberta pode acabar engolindo um mosquito, ou pior, acabar com um ferrão de abelha preso na garganta.

Algumas coisas precisam estar guardadas.

Pense nisso!

Não vale a pena arriscar a vida de um aluno, de um professor e um amigo distante ou algum de seus familiares. Vacine-se!

joao.marcondes@souzalima.com.br

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