Como um músico lida com o palco?

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Quem tem medo do palco? Afinal: como não temer o palco? Como um músico lida com o palco?

Ao longo de nossas carreiras vivenciamos o palco continuamente e de maneiras muito distintas. Essa é a realidade do músico profissional, estamos palestrando, tocando, gravando, produzindo de maneira exposta em uma televisão. Entrevistas, também são rotineiras.

Do protagonismo fictício de uma primeira apresentação à um protagonismo real, atuamos como instrumentistas acompanhantes, ora parecemos expectadores, ora dividimos as atenções, ou só chegamos para os aplausos – como arranjadores ou compositores. Em algum momento estaremos no palco.

Mas o que nos faz tremer, ou o que nos faz ter aquele frio na barriga como instrumentistas é algo totalmente controlável! O calejamento é necessário, talvez.

Mesmo um músico atuante em um palco como protagonista fala de ansiedade pré-show, de uma injeção de adrenalina no organismo. É isso mesmo!

Nosso organismo realmente lança na corrente sanguínea um sinal, um elemento químico que nos deixa em estado de alerta. É uma interferência primitiva veiculada a um estágio da humanidade que eramos presa. Pense que até por isso possuímos ouvidos em ambos os lados da cabeça e postados estrategicamente conferindo um panorama quase que de 360 graus que nos posiciona em uma situação de risco.

Mesmo assim a adrenalina, o tal elemento químico, chega mas para algo que estamos em vantagem já que apresentamos o que está de acordo com as normas estéticas que prevemos ou que propomos em nossos trabalhos. Temos controle dessa situação, ao contrário de uma situação primitiva em que estamos sendo caçados.

Para evoluir em uma situação de palco é preciso realizar e condicionar movimentos previamente. Repetir.

Estamos falando de estudo!

Em uma situação de improvisação condicionar a percepção ao ouvido harmônico e rítmico, e limitar-se ao que sua técnica permite. O palco é sim um espaço inventivo. Mas a invenção do improviso  está no que foi incorporado como vivência estética e preparação fisiológica.

O palco deve ser vivenciado repetidas vezes e em diversos formatos. Uma apresentação para 10 mil pessoas pode ser menos intensa que um concerto solo em uma capela onde todos, menos de cinquenta pessoas, estão focadas em música como outro estágio.

Quão protagonista desejamos ser como instrumentistas, maestros, e até mesmo educadores, está relacionado ao quanto dominamos o palco! Quanto somos capazes de prender a atenção do público? Quanto ainda precisamos nos preparar?

Já adianto que quanto mais situações de palco tiver, melhor você vai lidar! Sejamos amigos do palco!

Costumo falar para os meus alunos sobre controle. Quanto mais controle tivermos sobre o repertório que vamos tocar, melhor será. Evidentemente. Controle confere segurança, segurança nos dá tranquilidade para o palco.

Como um músico lida com o palco? Assim!

OPINIÃO

Mas a quem nunca se adapte ao palco, e é músico. Sim, na música há ações de bastidor. O produtor executivo escondido entre papeladas e legislações, é um exemplo. Ou o arranjador que escreve, cria e vai ao palco apenas para ser agraciado.

Há o educador musical, que pode estar no palco apenas para os agradecimentos depois de um recital de alunos, e que entende a classe de forma diferente do palco.

E temos também a profissão musical do arquivista de orquestra, do copista, ambos escondidos atrás das partituras, das notas, das folhas e mais folhas de obras de todo tempo.

Quem sabe o engenheiro de som assistindo escondido no mesmo palco dos artistas, mais para o canto, ou ainda o engenheiro de som que fica do lado do público ao fundo monitorando o som de fora, o som que ouvimos.

Não pense que se você não conseguir lidar com palco, ser músico deixa de ser opção. Estão aqui algumas opções para quem quer fugir da adrenalina que o palco confere. 

Vamos em frente! Já leu as outras dicas?

#VemProSouzaLima

Publicado em 4 de abril de 2018, ampliado e revisado em 22 de março de 2020.

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