História da Música – Repertório Instrumental

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Com a proximidade do vestibular das instituições públicas, os ânimos se exaltam, ficamos apreensivos. Mas se acalmem, ainda há tempo, e mesmo assim sabemos que só precisamos colocar alguns pingos nos “is” para História da Música – dos assuntos mais importantes do vestibular.

O vestibular mais próximo e ao que me referi é o da UNICAMP. Os estudantes que já passaram pela primeira etapa, a de vídeo, farão em meados de outubro a avaliação técnica – que inclui percepção, teoria musical, harmonia e história da música.

Ainda faltam dois meses para o vestibular da UNESP e USP, assim, esse assunto permanecerá relevante.

Como será a série?

Nessa série de publicações vamos tratar das principais obras da história da música escrita, dos estilos até perguntas repetidas nos vestibulares. O repertório terminológico e auditivo comum. Aquele que trará estabilidade para a ação contemplativa quanto aos principais estilos, e, por conseguinte, períodos da história da música.

Hoje iniciamos com repertório da música instrumental, amanhã teremos Óperas – temas e aberturas famosas, Música Sacra na quarta-feira, Vanguardas Século XX na quinta-feira, Música Brasileira erudita e Orquestra sexta, Perguntas e Respostas dos vestibulares no sábado.

Segue a primeira parte:

BARROCO

Onde se inaugura o conceito de música instrumental.

Música Instrumental é para ser ouvida, apreciada, e que existe independente de quaisquer outras manifestações – do culto eclesiástico e da ópera, primeiramente em contraposição. Mas que a seguir alimentará a dança e o cinema – como trilha sonora.

Ou seja: Aberturas de Ópera (não trataremos hoje, Prelúdios), Concerto Grosso, Concerto Solo, Sinfonias, Peças Solo, Quartetos de Corda, Balés, Poema Sinfônico, Trilha para Cinema.

Arcangelo Corelli (1653 – 1713), compositor do barroco, de origem italiana. Compôs obras variadas de caráter sacro, compôs também óperas e concertos grossos.

Repertório central para alusão vestibular: 12 Concerto Grosso.

Concerto grosso, típico do período barroco, e seu agrupamento orquestral – cordas, instrumento contínuo cravo, e que pode incluir alguns instrumentos das famílias dos metais e madeiras, como em Bach nos Concertos de Brandemburgo. Todos instrumentos em um concerto grosso participam sem protagonismo, como o que há nos concertos solo, típicos do período clássico e romântico. Observe as variações de dinâmicas sob seções, característica do fazer musical barroco.

Antonio Vivaldi (1678 – 1741), compositor barroco, de origem italiana. Sua composição mais reconhecida no repertório da música erudita. Compôs 46 Óperas. Influencio Bach, de forma direta. As quatro estações, embora o primeiro tema seja o mais conhecido, o Inverno é algo fabuloso.

Repertório central para alusão vestibular: As quatro estações.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) compositor de origem alemã que contribuiu determinantemente para a consolidação do sistema diatônico, com doze tonalidades maiores e doze tonalidades menores, no ciclo de composições “O cravo bem temperado”. É considerado por muitos como o maior compositor de todos os tempos. Dedicou-se a música sacra tanto quanto a música pura, aquela para ser ouvida e apreciada.

Repertório central para alusão vestibular: Cello Suíte em Sol Maior, Minueto em Sol Maior, Área na quarta corda. Concertos de Brandemburgo (Concerto Grosso).

Os filhos de Bach são a perspectiva para a contraposição ao estilo Barroco. E a tramitação estilística composicional que vai culminar no estilo clássico de Haydn e Mozart. Como um conflito de geração que permitiu um novo desenvolvimento.

Bach conheceu o piano, mas o considerou deselegante e estridente, preferiu o cravo, mas seus filhos, por exemplo, dedicaram-se substancialmente ao piano.

CLÁSSICO

Onde se cultiva, e se domina a música instrumental, como por exemplo, através da forma sonata!

Joseph Haydn (1732 – 1809)compositor de obra muito extensa, considerado motriz da transposição ao período clássico, em detrimento ao estilo barroco.

Repertório Central para alusão vestibular: Concerto para Violoncelo, em dó maior.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791), de origem austríaca, é considerado um dos principais compositores da música escrita. Suas obras continuamente apresentadas nas principais salas de concerto do mundo. Compôs óperas.

Repertório Central para alusão vestibular: Sinfonia n.º 40, Eine Kleine e a Marcha Turca.

ROMANTISMO

Onde se eleva ao extremo a música instrumental. E ao novo protagonismo do balé!

Ludwig Von Beethoven (1770 – 1827) de origem alemã, continuamente é representado como um compositor clássico, mas por outros historiadores está como o primeiro compositor romântico. Fato que a obra de Beethoven exprime uma transposição idiomática que funda o romantismo. Compôs somente uma ópera.

Repertório Central para alusão vestibular: Nona sinfonia (Ode a alegria, tema do coro). Quinta sinfonia. Fur Elise. Sonata ao Luar.

Franz Schubert (1797 – 1828). De origem austríaca, Schubert é considerado assim como Beethoven responsável pela transposição da composição de estilo clássico para estilo romântico. Inaugurando um novo período. Compôs canções, óperas e sinfonias. Morreu aos 31 anos em desconhecimento, porém seu reconhecimento se deu por compositores como Brahms e Mendelssohn, que elevaram e enalteceram sua obra.

Repertório Central para alusão vestibular: Serenade.

Hector Berlioz (1803 – 1869), origem francesa, renovador ou até fundador de uma composição ainda mais potente, ainda mais dramática, mais romântica. A essência humana, ou busca por ela ao organizar os sons. Uma expressividade que vai de um pianíssimo ao fortíssimo imediatamente.

Vale recordar que as sinfonias clássicas possuíam três movimentos, as românticas pós-Beethoven, quatro movimentos, algo que até se vê em Haydn, Berlioz compôs em cinco movimentos sua sinfonia mais aclamada.

Repertório Central para alusão vestibular: Sinfonia Fantástica, em cinco movimentos.

Felix Mendelssohn (1809 – 1847), origem alemã, Sonho de uma noite de Verão, que inclui a Marcha Nupcial. Excepcional melodista.

Repertório Central para alusão vestibular: Sonho de uma noite de verão.

Frédéric Chopin (1810 – 1849), origem polonesa, embora radicado na França é o compositor das dissonâncias, inaugura um estilo composicional que alimentará a música erudita do século XIX, e até mesmo a música popular do século XX. Sua obra de maior reconhecimento é dedicada ao piano.

Repertório Central para alusão vestibular: Noturno n.º 9 e Prelúdio para piano n. 4.

Johannes Brahms (1833 – 1897) – de origem alemã, é considerado um dos maiores compositores alemães, os três Bs: Bach, Beethoven e Brahms. Não compôs óperas. Ocupou o espaço deixado por Richard Wagner – que decidiu dedicar-se a Ópera, e no início do século XX foi imensamente comemorado por Arnold Shoemberg – vanguarda serial dodecafônica.

Repertório Central para alusão vestibular: Dança Húngara n. 5

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893) de origem russa, suas obras estão entre as mais reconhecidas da música escrita. Compôs Óperas, sinfonias e concertos, balés e música de câmara. Não está entre no Grupo dos 5, que designa cinco compositores nacionalistas russos.

São eles Mily Balakiev, Aleksander Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai Korsakov, o último que compôs O Voo do Besouro.

Repertório Central para alusão vestibular: O quebra nozes, ballet.

Claude Debussy (1862 – 1918) é um compositor de origem francesa que influenciou substancialmente a música do mundo. Ao jazz, para música brasileira. Debussy é a apropriação impressionista na organização dos sons.

Repertório Central para alusão vestibular: Clair de Lune e La mer.

Maurice Ravel (1875 – 1937) foi um compositor e pianista francês, que contribuiu de forma determinante com a história da música. É responsável pela transposição do estilo, e consolidação de uma nova vanguarda, expressiva. Sua obra mais conhecida é o Bolero, que não reflete exatamente o que representa a obra deste compositor, mas sem dúvida é das obras mais aclamadas da história da música.

Repertório Central para alusão vestibular: Bolero.

Debussy e Ravel, representam certo impressionismo musical. E uma transposição para a música do século XX. Em unidade e desenvoltura, tal qual, contraposição a Stravinsky e Shoemberg. E o que caracterizará a música do século XX de Satie, Villa-Lobos e Stockahausen – faces em pluralidade.

Música do Século XX, pós-romântica

Igor Stravinsky (1882 – 1971) – de origem russa, se estabeleceu para história da música como um reinventor do espectro rítmico. Interessado por polirritmias, e harmonia de densidade. Grande apreço ao fortíssimo e a quebra de dinâmica, tal qual a orquestração cheia. Stravinsky também compôs Óperas.

Sergei Prokofiev (1891 – 1953) compôs óperas, balés e trilha sonora para o cinema, um dos primeiros compositores a dividir sua atuação com a nova arte.

Repertório Central para alusão vestibular: Pedro e o Lobo, com destaque Dance of the Knights. Guerra e paz.

Amanhã vamos à segunda publicação. Será uma semana trabalhosa em nosso BLOG, mas também de conteúdo e contemplação.

Procurei nessa publicação tratar dos grandes temas reconhecidos da história da música de maneira a contribuir com seu vestibular.

Observações: 

  1. Observe a instrumentação.
  2. Orquestração, em amplitude, a orquestra crescendo a música cresce em tessitura.
  3. A música modifica a forma de atuar sobre o aspecto físico do som da intensidade. Mais contraste se atinge no romantismo, o clássico em crescendo, o barroco em contraposição forte e piano.

Boa sorte! Até a próxima publicação.

 

 

Seguimos em frente, estamos prontos! Ampliado e revisado em vinte de junho de 2022.

Pós Graduação
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João Marcondes é compositor, arranjador, produtor musical e um dos maiores educadores musicais do Brasil. Possui mais de cinquenta livros lançados, metodologias completas, e cursos aprovados no MEC e Secretaria da Educação. É gestor educacional e empreendedor. Tem mais de mil artigos publicados falando sobre música. E aqui, no Blog Souza Lima mais de dez milhões de leituras em seus textos.