Prática ou Teoria Musical

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Prática ou Teoria Musical

O chamariz deveria propor a prática e a teoria musical como parceiros diretos, e jamais como adversários. O equilíbrio entre as ações contribui para o desenvolvimento pleno para o estudo da música.

Um leitor sugeriu esse artigo propondo um embate.

Mas bem quais ações contribuem para esse tal(!) desenvolvimento pleno?

O estudo da música deve equacionar a prática fisiológica e motora, a compreensão de signos/teoria/linguagem musical, e a musicalidade.

Um educador deve propiciar atividades e ações que qualifiquem cada grande área do conhecimento musical.

Contras e prós, ou prós e contras?

Se o estudante dedica-se exclusivamente a prática em dado momento seu desenvolvimento cessa. A compreensão via oralidade – por observação visual e auditiva auxilia no desenvolvimento da musicalidade. E que por si só, é primordial.

Imagine que você possui três anos de estudo práticos, e nenhuma experiência simbólica (veja que prefiro tratar como experiência simbólica, ou como linguagem musical, o termo teoria afasta, cria celeumas), pode-se atingir ampla musicalidade.

Mas racionalizar por outros graus de observação, compreendendo a simbologia, equipara estágios e contribui no rompimento de outras barreiras que a oralidade não propicia.

Imagine você que chegou até aqui, e se não soubesse ler, ouviria essa história, mas quanto dela absorveria? São muitos os estudos publicados desde o século XIX sobre o nível de absorção por oralidade e por tradição escrita.

Oralidade e Tradição Escrita

E nesse caso, em específico, não estou afirmando apenas sobre a aprendizagem da música. A tradição escrita aprofunda o discurso, e aperfeiçoa as cognições.

Evidentemente o inverso também é problemático. Quem estuda símbolos da teoria tradicional, e abandona o ouvir e o observar -, típicos da oralidade, também não se desenvolve plenamente. A oralidade possui outra função.

Como uma pessoa que sabe ler, mas não sabe contar histórias. A premissa do contador de história, que encanta, mas só sabe três histórias fascinantes porque não sabe ler. Ou do ávido leitor, alfabetizado, que pode ler mil livros sem saber contar uma história sequer.

Se você está procurando estudar sozinho, tudo bem, mas procure equilibrar as ações. Conserve cada valor do desenvolvimento. Lembre-se: equilibrar os coeficientes.

O aspecto motor da fisiologia está para a prática quanto para a teoria. Cada qual sob uma forma. E cada qual específico de um instrumento!

#VemProSouzaLima

Publicado em outubro de 2018, ampliado e revisado em 23 de junho de 2022.

Pós Graduação
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João Marcondes é compositor, arranjador, produtor musical e um dos maiores educadores musicais do Brasil. Possui mais de cinquenta livros lançados, metodologias completas, e cursos aprovados no MEC e Secretaria da Educação. É gestor educacional e empreendedor. Tem mais de mil artigos publicados falando sobre música. E aqui, no Blog Souza Lima mais de dez milhões de leituras em seus textos.