Qual impacto do MP3 no mercado fonográfico?

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MPEG Audio-Layer 3 – ou simplesmente MP3 é um áudio digital com qualidade variada, de origem alemã, codificado, e que surgiu no final da década de 1990 como fonte para distribuição e produção de conteúdo musical.

O sistema de áudio em MP3 se popularizou nos computadores, e a seguir com players aparentemente modestos, alguns acessíveis, e outros de investimento maior, como os Ipod’s.

A Apple até que tentou comercializar MP3, mas por pouco tempo, e com pouco êxito comercial de fato.

Através do uso do áudio digital, gratuito, o MP3 consolidou a quarta bancarrota do mercado fonográfico mundial – antes baseado na comercialização de objetos que continham música – como o fonograma, o disco de cera, o disco de vinil, a fita cassete, e o compact disc – precisaram se reinventar.

Quarta bancarrota, porque também tivemos momentos decisivos no advento das transmissões musicais de rádio, depois com a televisão, e a seguir com a pirataria dos CDs.

Artistas, produtores e empresários não se prepararam para lidar com o avanço do MP3, e isso é um ponto crucial.

A pirataria envolta na produção de fitas cassete caseiras, ou dos cds “virgem”, mostrou-se uma ação banal perto do impacto e da dinâmica que o MP3 trouxe ao mercado da música.

A tecnologia empurrou o mundo fonográfico do início do século XXI para uma encruzilhada. Megacorporações migraram em campo de atuação, outras simplesmente quebraram abandonando extensos e importantíssimos catálogos, principalmente no Brasil.

A respiração por aparelhos da indústria da música só acabou com o advento do streaming – em 2007 com o Spotify, mas assunto para outra postagem. Lucros retornaram, e o que parecia bom para o mercado independente foi na verdade uma verdadeira virada de mesa.

Compartilhar? Sem custos?

O MP3 e seu compartilhamento rápido via internet mudou novamente a forma de ouvir música em todo mundo. Pelo tamanho que ocupa, a qualidade do áudio decai, logicamente, mas grande parte da população valorizou a gratuidade. E quem pagou a conta?

Artistas é claro. As mega corporações se recuperaram apenas com o streaming, pelo MP3 viveram sua morte.

O arquivo digital corta fontes sonoras extremas que compõe a qualificação do timbre, não identificáveis como alturas reais, mas que alteram substancialmente a variabilidade das características do som. Ocorre que já há uma geração acostumada em ouvir música mal, em péssima resolução e qualidade.

O objeto

Através do MP3 perdeu-se o prazer da manipulação dos objetos do mercado fonográfico -desde os encartes com a totalidade de informações que envolvem a produção de um fonograma até mesmo ao trato com os reprodutores, e o Streaming potencializou a questão.

Tentativas foram várias no Streaming: colocar letra, dados técnicos, mini-vídeos, mas nada parece ser de fato importante.

O Brasil é o país que mais consome música pelo youtube, então, como resolver as questões que encantam os colecionadores? E será que isso importa para que percentual dos que consomem música? 5%?

Mesmo a enfadonha troca das gavetas de um toca cd, ou o barulho singelo da agulha reproduzindo um vinil, e o engraçado rebobinar da fita cassete com uma caneta esferográfica, trazem muita saudade.

O MP3 deixou a audição descartável.

De certo modo é como se tivéssemos voltado ao tempo, lá entre o início do século XX até meados de 1940, da mesma forma o fonograma existia por existir. Perdido. Solto.

Não havia mais álbum, como hoje parece não haver. Há produção de um fonograma, ao vivo, com participação de um fã-clube para que a música ganhe caráter de sucesso saído da forma.

Não há lado B onde o artista mostra suas próprias escolhas ante a vivência comercial e empresarial de uma gravadora. Se bem que no CD já não havia.

Não há imagem que costure a estética do fonograma no streaming. E mesmo que não seja MP3, e tenham procurado melhorar a qualidade, a experiência sensorial é a mesma.

O MP3 está ali, desnudo, sem capa, sem nada…

Você sente falta dos encartes? Das capas? Do conceito do produto ou do álbum?

De que você mais sente falta nesse mundo de arquivos digitais?

E agora como é a vida do Napster ao Streaming?

#VemProSouzaLima

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João Marcondes é compositor, arranjador, produtor musical e um dos maiores educadores musicais do Brasil. Possui mais de cinquenta livros lançados, metodologias completas, e cursos aprovados no MEC e Secretaria da Educação. É gestor educacional e empreendedor. Tem mais de mil artigos publicados falando sobre música. E aqui, no Blog Souza Lima mais de dez milhões de leituras em seus textos.