O Saxofone é um instrumento da família das madeiras, criado no século XIX na Europa, e que se consolidou no Brasil apenas no século XX.
Sua popularização se deu através de Pixinguinha, no fatídico episódio da substituição da flauta transversal, com o qual iniciou musicalmente, pelo saxofone por questões de sua saúde pessoal e fisiologia.
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Pixinguinha trouxe o saxofone para o centro do mercado fonográfico brasileiro já na década de 1920, o que podemos observar através de imagens do grupo Os Oito Batutas.
O saxofone antes compunha no Brasil as formações das bandas de coreto e bandas militares, e despertava interesse, mas com outras finalidades de agrupamentos, nunca como solista.
Com o modelo de saxofone tenor Pixinguinha delineou em suas interpretações relações musicais típicas do contraponto, ora opondo nota contra nota, ora compondo contracanto – que se consolidou como repertório melódico do choro e do samba, em instrumentos como o bandolim e o violão de sete cordas.
Anterior a Pixinguinha ao saxofone o Brasil tem Anacleto de Medeiros – um fenômeno que liderou o grupo do Corpo de Bombeiros, dos primeiros grupos a registrar fonogramas no mercado fonográfico brasileiro. Anacleto também foi compositor e arranjador, deixando amplo legado a produção brasileira de fonogramas do início do século XX, na Casa Edson – primeira gravadora brasileira.
Posterior a Pixinguinha, a geração de J.T. Meireles, do samba-jazz trouxe uma vivência americana ao estilo do saxofone que se consolidara no Brasil. Abrindo um caminho prodigioso para músicos como Victor Assis Brasil, Mauro Senise, Roberto Sion e Vinícius Dorin.
Provavelmente esse instrumento no Brasil estabeleceu-se favoravelmente ao timbre do saxofone tenor. Cujo som habita o imaginário do fazer musical brasileiro.
Há músicos de notória criação artística que utilizaram o instrumento como matriz, no Brasil e no mundo. Para conhecer a linguagem do saxofone brasileiro como movimento de aprendizado, vale conhecer a obra de Teco Cardoso, Carlos Malta, Mané Silveira – do Trio Bonsai, de Proveta – também clarinetista e notório arranjador. O saxofonista alto: Spok do frevo em fraseados de segunda subdivisão, e andamento acelerado.
Aqui no Souza Lima temos bacharelado em saxofone, orientado pelo saxofonista Vitor Alcantara.
Ou o agrupamento da big-band muito consolidado no Brasil – que recebe a família do saxofone.
Em uma figuração que procura a linguagem do pop norte americano em combinação com o jazz, o saxofonista Leo Gandelman, promove uma obra interessante ao fundamento que lhe é central.
Não criamos, mas transformamos
Vale conhecer a música brasileira. O fazer artístico do Brasil consolida linguagens muitos específicas para cada instrumento propriamente. O que confere ao Brasil um título de transformador da linguagem musical. Não criamos muitos instrumentos, mas os transformamos.
Aproveite esse infográfico com conteúdo e texto, assinados por mim João Marcondes para design do infografista Jean Forrer.
Há muito o que comemorar para esta publicação, minha centésima no BLOG Souza Lima! Obrigado!
A publicação segue como fonte direta as pesquisas envoltas na dissertação “Fonogramas: transformações histórico-culturais e tendências tecnológicas no Mercado da Música Brasileira”, defendida em 2009 como atividade para obtenção de título de mestre, do próprio autor. E que propõe o estudo dos fonogramas da história da música brasileira como fonte primária.
É um prazer rever essa publicação, dando aval e avanço ao BLOG naquela altura em 13 de abril de 2018, tínhamos apenas 5 mil leitores mês, por essas e outras publicações hoje, 6 de outubro de 2020, temos mensalmente quase 100 mil leitores. Algo que é de repercussão importante para a música brasileira. Infelizmente o BLOG foi invadido, e ainda lutamos contra os malwares nesse 2024.
Vide que somos um BLOG que iniciou do zero, e nunca usufruiu de impulsionamento. Aprecie o BLOG, ele continua gratuito em seu benefício. E perdoe esses últimos parágrafos, fato que a Breve História do Saxofone, emocionou o blogueiro por ter sido a centésima publicação, agora que estamos chegando quase em seiscentas. Imagina?