Como inverter um intervalo musical?

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Como inverter um intervalo musical?

Essa questão trazida por um leitor é bastante simples. Precisarei de pouco menos de duzentas palavras para explica-la, mas talvez me alongue para que possamos compreender a função musical de se inverter um intervalo.

  1. Inverter um intervalo consiste em alterar sua disposição. Imagine o intervalo de dó para mi, ascendente. Dó está se comportando como nota mais grave, e mi como a nota mais aguda. Trata-se de um intervalo de terça maior – justo posto, de dois tons entre as notas.

Sabemos que a distância de uma oitava é de seis tons, correto?

2. Ao inverter o intervalo a nota mi será estabelecida como som mais grave. Assim, a nota dó se estabelece como o som mais agudo.

 

Se a distância era de dois tons entre dó e mi, entre mi e dó a distância será de quatro tons.

Ocorre que há um certo ponto interessante na questão dos intervalos. Observe a inversão por qualidade do intervalo.

Se há um intervalo maior ao invertê-lo, tornar-se-á menor.

Um intervalo menor ao invertê-lo, tornar-se-á maior.

Outro intervalo justo ao invertê-lo, manter-se-á justo.

O intervalo aumentado ao invertê-lo, tornar-se-á diminuto.

E o intervalo diminuto ao invertê-lo, tornar-se-á aumentado.

Observe a seguir:

intervalos

Observou a inversão por quantidade?

Basta subtrair o intervalo em questão pelo número 9. Se é uma terça a origem, subtraímos ao número 9, chegamos ao intervalo de sexta.

E concluímos então que se o intervalo é terça maior, então, teremos sexta menor.

Ajudou?

O estudo dos intervalos é uma partícula fundamental da compreensão das escalas, dos modos, dos acordes. Tanto para sua formação teórica quanto para sua aplicação prática.

A inversão de intervalos pode auxiliar substancialmente no estudo da improvisação e da composição. Observe uma mesma linha melódica com algumas variações com base intervalar.

No exemplo dispus uma melodia principal para a seguir criar um espelho inverso, um retrógrado e um retrógrado-inverso, como orientação para o desenvolvimento da composição, e a base desse estudo, de quase a totalidade dele, é a inversão intervalar.

Dizem os puristas que composição não se ensina, erro crasso. Não se trata de Dom, ou de alguma sensação nobre e única, um toque de uma varinha de condão, trata-se de estudo de estratégias composicionais. Trata-se de uma excelente base teórica e aplicação a seguir em técnicas de composição, e até de improvisação.

COMO ESTUDAR INVERSÃO DE INTERVALOS?

1| Escreva um grande número de intervalos, quantificando e qualificando precisamente. Lembre-se que a análise quantitativa é imperativa, dá nome ao intervalo, e a qualidade acrescenta termo sem se opor.

2| Agora inverta cada intervalo como na primeira imagem, e qualifique novamente seguindo a teoria apresentada. Para que tenha validade musical toque os intervalos ao piano, e até mesmo cante-os. Cantar é uma dos melhores gestos, senão o melhor para assimilação musical.

3| Pratique o mesmo no seu instrumento, como ferramenta técnica para improvisação o estudo de inversão de intervalos é perfeito. Amplie a seguir para dois intervalos sucessivos, depois três, até conseguir produzir uma frase inteiramente invertida.

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Esse estudo no Souza Lima está desde as práticas teóricas mais introdutórias até mesmo em uma prática mais avançada, tanto dos cursos livres quanto dos cursos técnicos e faculdade. Uma base bem consolidada garante uma excelente produção musical no instrumento ou na criação.

Na especialização técnica em improvisação este é um dos principais aspectos apresentados como prática de estudo. Parece que há uma dificuldade em produzir inicialmente esses movimentos, algo que com o tempo se consolida.

Tenha um bom livro de teoria musical, e sempre que preciso acesse nosso blog, em 2021 teremos novidades quanto a atividades e exercícios diários.

Esse artigo foi publicado em 17 de setembro de 2019, ampliado e revisado em 15 de outubro de 2020.

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