De onde é o choro ou chorinho?

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O Brasil tem vinte e seis estados e o distrito federal onde a capital é Brasília. No Mapa do Brasil Musical você já se perguntou de onde veio cada gênero brasileiro? Afinal, o Brasil tem dimensões continentais. De onde vem o choro?

Antecipadamente começa que chorinho não, por favor. Soa de maneira pejorativa ao estilo musical brasileiro mais importante – ao menos ao que qualificamos como música popular instrumental.

De antemão o choro está em todo o território brasileiro, nos dias de hoje. O desenvolvimento do choro, porém, ocorreu originalmente no Rio de Janeiro, colonial, e sua consolidação remete à chegada da corte portuguesa ao Brasil e a consolidação da capital no Rio de Janeiro – tornando a cidade como principal centro urbano brasileiro.

Da formação da música barroca, da música de salão, e da necessidade de formar grupos que atendam a essa demanda cotidiana, primordialmente, formou-se o embrião do choro. Ocasionalmente evidentemente, e implantado em intensa miscigenação.

A formação melódica e harmônica europeia composta com a fervura rítmica do afro-brasileiro culminou naquele estilo que recebe tantos ritmos diferentes.

Em 1936, no livro Choro: Reminiscências dos velhos chorões, do carteiro e cavaquinista amador Alexandre Gonçalves Pinto, autor conhecido como Animal, registra principalmente o ambiente de criação do estilo e gênero do Choro, no século XIX.

Segundo Gonçalves Pinto, os músicos amadores e Músicos de rua sobretudo começaram o embrião do choro, aliados a alguns poucos eruditos que vieram a seguir.

Em primeiro lugar dessa confluência surgiu o embrião da linguagem e o estilo lânguido de chorar. O choro se espalhou rapidamente devido às constantes trocas e movimentos migratórios em território brasileiro. E em cada ambiente recebeu um ritmo, mantendo, porém, o estilo de aplicação melódica, formal e harmônica.

Os chorumeleiros! Que tocavam chorumelas no princípio do século XIX, de onde provém a palavra choro. Desde já é preciso falar que estamos sendo breves para uma primeira informação do gênero brasileiro.

Em uma segunda fase, escravos negros e mulatos recém alforriados com a promulgação da Lei Áurea em 1888, transformaram os centros urbanos brasileiros em um ambiente de maior ebulição cultural. Muitos afro-brasileiros alinharam-se ao exército, militares e bombeiros, e lá faziam música em bandas. Qual música? Choro!

Sobretudo a confirmação equivalente à questão da influência barroca está, por exemplo, nas muitas ornamentações, e até mesmo no uso da forma Rondo como uma forma comum de choro.

Forma Rondó

Agora a forma Rondó, precisa nos três tons vizinhos, normalmente maiores, aplica-se constantemente nos primeiros choros. Com apresentação do primeiro tema A, apresentação do segundo tema B, reformulação do tema A, apresentação do tema C, apresentação do tema A novamente, agora pré-concebido para finalização.

Ainda mais relações melódicas diatônicas. Virtuosismo. E ornamentação. O Choro está no Brasil, pelo Brasil – trata-se de legítima música brasileira, talvez de fato a primeira a se estabelecer por aqui.

A editora Souza Lima – veiculada a instituição que mantém esse BLOG, possui um livro sobre choro publicado no Brasil, e em dois idiomas. Procure saber! Acesse o site: souzalima.com.br e procure a loja.

E que choro você conhece?

Ouça Um a Zero de Pixinguinha e reconheça conforme explicações e de maneira idêntica a forma do rondo como a de um concerto de Brandemburgo de Bach.

Trata-se de um estilo e gênero musical de ampla miscigenação! Viva o Brasil!

 

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