História da Música – Música Eclesiástica ou Sacra

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Com a proximidade do vestibular das instituições públicas, os ânimos se exaltam, ficamos apreensivos, então criei essa série para realizar ao longo da sua semana um pequeno resumo para contribuir com a avaliação de História da Música.

O vestibular mais próximo e ao que me referi é o da UNICAMP. Os estudantes que já passaram pela primeira etapa, a de vídeo, e realizarão avaliação em outubro.

Ainda falta tempo para o vestibular da UNESP e USP, assim, esse assunto permanecerá relevante. Vamos a música eclesiástica ou sacra!

Partitura

Por volta do século XI, consolidaram-se as normas de escrita de alturas moderna, no uso do tetragrama, substituindo a escrita neumática.

O primeiro estágio de desenvolvimento da partitura moderna foi desenvolvido pelos eclesiásticos, em coeficientes físicos para a escrita de altura e duração. Uma escrita que atende uma demanda de comunicação. De registro. De propagação e preservação.

Guido D’Arezzo (992 – 1050) é considerado o criador primordial do que se consolidou escrita musical moderna. A partir do Hino à São João Batista, que inclui a nomenclatura das notas. Itália.

A partir do advento da escrita, como é comum para humanidade, pode-se contar uma versão do que era um período da história. Neste caso, para a história da música.

A música que preservamos para história da humanidade, criada entre o século IX ao XV, anonimamente, ou por alguns personagens em específico, é eclesiástica ou sacra.

Sim, quer dizer que todo legado da humanidade quanto a música (profana, pela visão sacra), em plenitude, ou foi transformada quando transmitida oralmente, ou se perdeu. Ou seja, a outra versão o tempo quase que em totalidade engoliu.

Algo, por exemplo, dos trovadores que contavam histórias mirabulosas sobre terras distantes. Crônicas, ou uma espécie delas. E que muito nos chegou como poesia.

Outras civilizações até desenvolveram sistemas de escrita musical, porém algo que nunca foi decodificado. Vale também recordar que os processos de gravação e registro dos sons surgiram apenas no final do século XIX.

A música medieval

Cantochão ou Canto Gregoriano

Remete ao Papa Gregório, que no século VI, constituiu estigmas para a consolidação do cristianismo na religião. Uma reforma litúrgica que se tornou modelo aos países europeus.

Apenas vozes masculinas são permitidas na prática do canto gregoriano. Ocorre a capella, ou seja: sem acompanhamento por textura, ou por repetição melódica.

Assiste-se no período medieval o desenvolvimento primordial da polifonia, com o organum Paralelo, Livre e Melismático.

Observe que a obra caminha em graus co juntos.

Organum Paralelo – Movimento em quartas justas, mas que também podem ser quintas justas.

Organum Melismático – cuja voz primordial emite o cantus firmus, enquanto uma voz mais aguda movimenta-se em melismas.

Organum Livre – Onde se realiza movimentos contrários. Ampliando o movimento entre as vozes, trazendo liberdade, como princípio fundamental da polifonia. Cada voz (nesse caso literalmente, por que no futuro caberá as vozes dos instrumentos) em suma possuem importância, e delas se espera independência.

Compositores Medievais

Os Compositores Medievais que nos chegaram representam a escola de Notre Dame, Paris – França. Leonin (1135 – 1201) e Perotin (1160 – 1236).

Recorde-se do motivo medieval: o ser humano não é criador, ele é propulsor de uma vontade divina. Deus cria e o homem transmite ou materializa nesse plano.

São seiscentos anos de anonimato entre a reforma do Papa Gregório e a escola de Notre Dame. Consegue imaginar quantos autores foram engolidos pelo tempo?

 

Música Sacra na História da Música

Vale ressaltar que na primeira fase para a história da música, quem se dedicava a música tinham estrita relação com a igreja. São padres e monges, a seguir até freiras. E mesmo quando músicos livres começam a se desenvolver compositores, dotados do saber escrito, terão dedicação a quem concentra poder, dinheiro, do mesmo modo a igreja.

Ou se trabalhava em nome de Deus, ou em nome da nobreza, dos reinos e principados.

Comum então no renascimento e período barroco.

Através dos oratórios, cantatas, missas, a música sacra manteve-se firme nos alicerces do fazer musical dos compositores. Evidentemente, com a consolidação da burguesia e o fortalecimento (ou refortalecimento) do ser-humano como propulsor, a música sacra teve que se contentar com a divisão do espaço com a música instrumental, com a Ópera, e no século XX para com o mercado fonográfico.

Compositores Renascentistas

A música renascentista compõe pela primeira vez o coro completo. Quatro vozes – duas masculinas – baixo e tenor, duas femininas – contralto e soprano, respectivamente do grave para o agudo.

Já leu a publicação sobre o Coro – Agrupamento Vocal?

Lembre-se que a prática musical é contínua, não se extingue em um período, o tempo não fecha portas. Ouça um compositor norte-americano, do século XX, em um composição muitíssimo expressiva. Compreenda então a partir dos artifícios que compõe o estilo sintetizado em cada período, e como veremos na composição de Barber, permanece como espólio da humanidade.

A missa, cantatas, motetos e principalmente os oratórios são representações da composição musical sacra, consolidada no renascimento e que se diversificou no que conhecemos como música de estilo barroco, clássico e romântico.

Moteto é um estilo de composição polifônica, renascentista. Onde se utilizavam textos sacros diversos na composição do coro, para cada voz, e que a seguir consolidou-se como ferramenta mútua de comunicação musical para a época. A partir do século XIII.

Chegou a ser agrupado a seis vozes, baixo, barítono, tenor, contralto, mezzo soprano e soprano, do grave para o agudo, entre as vozes masculinas e femininas, respectivamente.

Compositores: Guillaume Dufay, Palestrina, Lasso e Victoria.

 

Oratório é um estilo de composição, cantada, com o mesmo modelo da ópera – com coro, árias, recitativos. No entanto, possui representação sacra, e não possui encenação como o que ocorre em uma Ópera.

Haendel, Bach, Haydn, Beethoven, Mendelssohn e Berlioz compuseram oratórios, cada qual em seu tempo.

Réquiem é um estilo de oração do cristianismo católico, onde se rememora os mortos em texto litúrgico, no caso da música, onde se canta aos mortos em oração. O Réquiem é uma missa para os mortos.

Levando-se em conta que a missa é uma forma musical, estabelecida em textos sacros. Na outra publicação de História da Música, está apresentada a Missa para Itamar Assumpção, composta por Arrigo Barnabé.

Podemos afirmar então? A música eclesiástica é aquela produzida pelo clero. A sacra possui o mesmo objetivo, mas pode ser produzida por compositores alheios ao clero.

#VemProSouzaLima

Publicado em 2018, ampliado e revisado em quinze de junho de 2022.

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