O que é Fita Cassete?

fita cassete
Cursos Técnicos

Quem nascido lá pelos anos 1940 poderia imaginar a evolução tecnológica dos últimos sessenta anos?! Na segunda postagem da série Quem sou? nos encontramos com a fita cassete, de um enredo para tantos sonhos!

Me segue no instagram! @joaomarcondesoficial

A fita cassete foi o primeiro exemplo de música portátil! Quem teve uma caixinha de fitas cassete no carro, na bolsa, na mochila se lembra muito bem! Alguém poderia falar da caixinha de música ou do rádio de pilhas, mas aqui estamos falando do controle do que ouvir e principalmente gravar!

O que a fita cassete nos trouxe?

A capacidade de copiar, de gravar de forma caseira, pela primeira vez na história do mercado fonográfico foi recurso das fitas cassete. Qualquer indivíduo poderia criar compilações de fácil manipulação.

Todo mundo fazia e adoravam fazê-lo. Coletâneas e mais coletâneas. Compartilhávamos fitas, trocávamos.

E sempre ordenando como fosse de agrado, extraindo um ou dois fonogramas de sua preferência de um determinado disco (que outro tinha), outro fonograma de um segundo ou terceiro disco (misturado ao gosto da vez). Com artistas e gêneros contrastantes postos sucessivamente. Éramos protagonistas para a escolha do repertório pela primeira vez.

Ao compositor popular a fita cassete propiciou os primeiros registros das canções – para eternizar ou só para lembrar pra mais tarde.

Quem foi adolescente na década de 1980 e 1990 esperava tocar na rádio a música favorita para gravar na fita cassete e poder ouvi-la tão logo quisesse.

Item da casa?

E até mesmo nas ultrapassadas secretárias eletrônicas, a fita cassete estava lá registrando se o atender fosse impossível. Ou se ausência fosse presente. Ou se ausência fosse mentira…

E quando lançaram os walkmans?

Que símbolo! Ouvir e reouvir as músicas andando de bicicleta, skate, em uma viagem longa de ônibus, trem ou metrô. Era um tempo que a tecnologia ingressara ao dia-a-dia. Correndo pelas ruas, ou só passeando, lá estava o repertório na fita cassete no primeiro símbolo da portabilidade em música: o walkman.

Celular pioneiro? Que nada! Só quem teve um walkman sabe de que estou tratando! A fita cassete trouxe consigo o conceito de música portátil muito antes dos celulares, ipod e discman.

Tristeza com as fitas cassete era quando acabava a energia da pilhas do walkman! E a fita começava aquele morfético som alongando as frequências! Só quem viveu isso sabe!

A fita cassete surge desenvolvida inicialmente pela marca PHILIPS na década de 1970. É, de certa maneira, a evolução das fitas de rolo eletromagnéticas, típicas das gravações de estúdio dos registradores de som profissionais.

A fita cassete ofereceu um amável amadorismo, embora a palavra amador já se relaciona diretamente com amar, vale ressaltar! Que paixão era o toca-discos em casa com três funções – rádio, toca-fitas gravador e toca-discos. Polyvox! Ou Gradiente! Sony era muito!

As fitas até andavam de carro!

Ter um toca-fitas no carro era sinônimo de ser bem-sucedido!

Mas junto com isso veio a chateação! Quem se aborreceu por ter um painel estourado para levarem esse objeto de desejo deve recordar ainda mais do toca-fitas com certo desgosto. Até com certo pesar.

Hoje é possível rir dessa memória, e até mesmo a seguir, com a renovação tecnológica, lembrar-se do descer do carro com um toca-fitas em forma de gaveta – que saia em mãos e que passeava como uma maleta pelos centros urbanos brasileiros.

Pensando bem, que cena bizarra! Levar uma gaveta para o restaurante!

E quando iniciaram a comercialização de fitas cassete no Brasil?

Esse objeto de desejo começou a ser comercializada em série pelo mercado fonográfico do Brasil na década de 1980 com fonogramas pré-determinados como um álbum, do mesmo modo que um Long Play – LP.

Os mercados também vendiam as fitas virgens. A minha fita de memória era de Andreas Segovia tocando Heitor Villa-Lobos! Amava essa fita!

Extinguiu-se?

Os últimos reprodutores de fita cassete foram vendidos até meados dos anos 2000. E dá saudade, viu? Quem nunca fez uma rabiola de pipa de uma fita cassete velha, ou usou pra uma belíssima batucada?

A vida tem história! E como foi seu encontro com a fita cassete?

Aproveite mais essa série criada especialmente para nosso blog!

Esta série é parte integrante extraída da dissertação: “Fonogramas: transformações histórico-culturais, e tendências tecnológicas no mercado da música brasileira” – mestrado defendido por mim em 2009.

Publicado em 5 de abril de 2018, ampliado e revisado em 22 de março de 2020.

#VemProSouzaLima

No curso técnico em processos fonográficos, produção musical, estudamos a fundo no módulo “História do mercado fonográfico”.

Pós Graduação